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sábado, 4 de dezembro de 2010

Glam Rock/Metal versus rock de boiolinha

Mais que um estilo musical, o Rock n’ Roll é um estilo de vida. Controverso, polêmico, impactante. Quem bebeu dessa água, sabe do que estou falando. O amante do Rock (dentro de suas inúmeras vertentes) não é apenas um ouvinte. É um agente, um comparsa. E a famosa ‘atitude rock n’roll’ é o que faz dele imortal.
Desde sua invenção (que eu insisto em chamar de ‘descoberta’, pois pra mim ele sempre existiu e esteve ali, à espera de alguém que o encontrasse - assim como o fogo ou a lei da gravidade), diferentes figuras e estilos permearam  esse universo paralelo. As danças extravagantes e as calças ‘boca-de-sino’ de Elvis, a energia dos Beatles, a rebeldia dos Stones, a loucura de Morrisson ou do Led Zeppelin… O Rock sempre marcou, seja em que década for.
Nos anos 70 surgiu o chamado Glam Rock, estrelado por David Bowie e seu visual andrógino, repetido na década seguinte por bandas como Guns n’ Roses, Poison, Skid Row, Cinderella, Motley Crüe e Twisted Sister, dentre outras, numa levada mais pesada, batizada de Glam Metal. Mais maquiagem, roupas extravagantes ao extremo, androginia ao cubo. Vendo as capas dos discos hoje, mais parecem um bando de drag queens.
Tudo isso sem falar nas peças de couro do Heavy Metal, o despojamento dos punks, o visual urbano do Grunge… O rock sempre inova. Seja para bem ou para mal.
Partindo desse princípio, cheguei a um paralelo entre os Glams/posers dos anos 80 e os coloridos de hoje. Qual o problema em aceitar cabelos esquisitos e calças multicores, se há pouco mais de 20 anos os rockeiros se vestiam literalmente de mulher? E categoricamente respondo. Problemas quanto ao visual? Nenhum. É tão cafona quanto a época permite (assim como nas anteriores), porém a equivalência termina por aqui.
Todas as bandas Glam que citei anteriormente, traziam consigo todo vigor, toda atitude, toda imagem que o Rock n’ Roll gera - obrigatóriamente. Os caras se vestiam como mulheres (alguns provavelmente até se comportavam como mulheres), mas eram representantes genuínos do Rock. Tomavam todas, quebravam camarins, hoteis, bares, transavam com as mulheres de outros (vida longa a Nikki Sixx, hehe), enfim, eles honravam a fama. Além de serem músicos extremamente virtuosos e terem canções de real valor, imortalizadas em performances incríveis nos palcos.
Quanto aos coloridos, não há o que dizer. A não ser que são um bando de oportunistas, frutos de gravadoras espertas, que se aproveitam do QI de ameba de adolecentes que suspiram por caras e bocas de trouxas sem talento, que fazem coraçõezinhos com as mãos e chamam fans de ‘família’, para ganhar prêmios da mídia conivente.
Rock n’ Roll passa longe disso. Não simplesmente pela boçalidade dos 'novos ‘astros’, tampouco pelas baladinhas sem sal. Bon Jovi, por exemplo, que também pertenceu ao movimento Glam, tem baladas primorosíssimas. Guns, Skid, Poison, também. Ganharão meu respeito, no improvável dia em pararem com esse retardamento mental e agirem dentro do espírito Rock n’ Roll. Ganharão meu respeito quando abandonarem essa frescura estúpida e tiverem coragem e atitude pra cantar algo do tipo:
'Til I'm screamin' for more
Down the basement
Lock the cellar door and baby
Talk dirty to me¹
Fora isso, pra mim, isso continuará sendo apenas rock de boiolinha. E não levem para o lado do ‘ataque aos gays’. Nada disso. Muitos dos Rock Stars dos quais sou fan são gays e não vejo nenhum problema nisso. Não há relação entre talento/atitude e orientação sexual. Cada um na sua. Mas uma coisa é ser gay e tocar Rock n’ Roll e outra coisa é ser hetero e tocar rock de boiolinha. Nice boys don't play rock and roll! E tenho dito. 

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